26 de abr. de 2011

Hoje


Hoje abri as janelas da compreensão, tirei o pó da ausência, e mergulhei de cabeça nas possibilidades que o silêncio me traz.
Esqueci o gosto do ontem, e vi o dia que amanhecia menino, me chamando pra pular corda, andar descalça desenhar corações no tic - tac das horas...
Hoje redescobri o cheiro das palavras, essas que corriam de mim quando transbordava em meu peito uma vontade de silenciar tudo que acredito... Elas voltaram faceiras, pedindo bis, atropelando o tempo da espera, queriam ser escritas todas de uma vez,cheguei a escutar o grito de socorro: Imortalize-me...
Hoje o sorriso voltou a fazer primavera em meu rosto, tentei manter-me séria, lutei contra as mudanças, mas algo que havia calado pedia para ser solto...
Hoje ouvi os passos de uma menina, que ágil e destemida, retornava para meus dias, questionei-a: Como você conseguiu se perder de mim? E a resposta surpreendente fez meu coração pulsar de alegria: Não me perdi, estava na ante-sala da saudade esperando minha hora de falar!!
Hoje todas as afirmações negativas, todas as noites mal dormidas, todas as frases pessimistas, juntaram as malas, e foram morar em outro coração!
Hoje conjuguei o verbo sentir em todos os tempos, e não tive medo da intensidade com que sinto a vida!
Hoje as memórias desbotadas do passado não passam de um quadro antigo, daqueles que olho e penso essa roupa, esse cabelo, essa pose, já não faz vibrar meu coração!
Hoje as palavras: emoção, intensidade, entrega, disponibilidade, amor, direção... Emprestam à minha biografia a frase mais bonita de se ler...
Hoje brincarei com esse “menino – tempo” que ao pôr do sol se faz homem, e amanhã festejarei o dia mais importante de minha vida: o Hoje


Por Priscila Pencinato

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